sábado, 4 de fevereiro de 2012

Capítulo 8 - Apartheid


Depois de longos, prazerosos e cansativos dias no safári e na natureza ontem e hoje fomos conhecer mais sobre o apartheid, que ainda é muito recente por aqui.
Na sexta fomos para o museu do apartheid, que fica mais perto da cidade de johan do que daqui. Passamos umas três horas lendo, vendo fotos e vídeos impressionantes sobre o que aconteceu por aqui de 1948 até praticamente 1990, quando mandela foi libertado após trinta anos de cárcere.
Hoje fomos para soweto, que era o centro de tudo e onde aconteceu, inclusive, o massacre de crianças em 1976, por policiais do regime, que estavam apenas protestando por ter que aprender a língua dos brancos afrikaners, que por decreto passava a ser a língua oficial nas escolas, ao invés do inglês e de suas línguas tribais. É importante lembrar que aqui há 11 línguas oficiais, sendo que a maioria das pessoas falam pelo menos 6 delas!
Em soweto visitamos a casa onde mandela viveu antes de ser preso, que fica numa rua muito famosa e especial de lá, já que é a única rua do mundo onde já moraram dois ganhadores do nobel da paz: o próprio mandela e Tutu, um padre que também lutou, pacificamente, contra o regime de apartheid.
Tudo isso é muito recente por aqui, se pensarmos que no ano que o brasil ganhava o tetra os sul-africanos elegiam seu primeiro presidente de forma democrática, que por eles é carinhosamente apelidado de Madiba.
Muitos vão dizer que isso é importante, mas felizmente coisa de um passado não tão distante.
Minha impressão é de que, ainda que na teoria não exista mais discriminação entre negros e brancos por aqui, na prática ela ainda existe e é bem visível, já que os brancos são os ricos, e os pobres são todos negros. Já que não se vê, em lugar nenhum, casais das duas cores, e também porque é bem fácil distinguir os bairros e as ruas onde vivem cada um.
Uma coisa me chamou a atenção. O museu do apartheid fica em um bairro rico, em frente à um parque de diversão e casino onde os brancos jogam e os negros trabalham. Que curioso...
Bom, acabamos de nos encontrar aqui no hostel com um alegre grupo de doze brasileiros (gaúchos e cariocas), que estão voltando ao brasil após vinte dias de trabalho voluntário em moçambique!
Amanhã continuamos nossa viagem, partindo bem cedo para a capital do quênia, nairobi.
Filipe e marcelo foram hoje cedo para a cidade do cabo, e nos encontram na próxima quinta em nairobi.
Enquanto eles vão mergulhar com tubarão branco e pular do bunge jump mais alto do mundo nós vamos subir (não até o topo) o segundo pouco mais alto do continente, só atrás do kilimanjaro, o monte quênia.
Muitas aventuras por vir!
Abraços,
Francisco, johanesburgo, sábado.













Um comentário:

  1. Adoro seus textos, Fran! Só considerando que liberdade, igualdade e fraternidade não se atingem com decretos. Estamos caminhando no Brasil e eles aí nem engatinhando estão. A igualdade apenas nasceu mas tem muito caminho pra percorrer ainda. Beijos.

    ResponderExcluir